O Brasil observou nas últimas décadas um processo consistente de modernização da Agricultura, com a adoção tanto de máquinas de última geração quanto de ferramentas de Tecnologia da Informação (TI) para gestão informatizada das lavouras. A mecanização e a informatização, aliadas ao fortalecimento do setor, foram motores da consolidação de um segmento internacionalmente notável pela produtividade, eficiência e competitividade.
Na agroindústria brasileira, porém, coexistem dois mundos. Por um lado, nas atividades sucro-alcooleiras, de fruticultura e de citricultura há alto grau de maturidade no uso de TI. Por outro, faltam cultura de gestão e ferramentas informatizadas para otimizar esse processo na área de multicultivos, como na produção de grãos.
A indústria sucro-alcooleira foi pioneira na adoção da tecnologia no País. Hoje, a maioria dos participantes desse mercado conta com soluções conectadas às últimas tendências de TI, como Mobilidade e Business Analytics. A partir de um tablet, produtores controlam os períodos de preparo do solo, plantio e colheita, além da aplicação de defensivos agrícolas e do controle fitossanitário da lavoura. Esse processo está interligado à consolidação do mercado de açúcar e álcool, atualmente concentrado em grandes grupos no Brasil.
A concorrência internacional pressiona o produtor de soja, milho e algodão rumo à TI, vista cada vez mais como uma aliada em prol da produtividade e da economia de dinheiro e de insumos. Está em curso uma mudança cultural: o despertar para a importância da gestão como um todo para o sucesso do negócio.Começa agora um desafiador movimento de adoção de tecnologia pelos subsegmentos de soja, milho e algodão. Se os grandes produtores de grãos já firmaram-se em empresas, ainda há um longo caminho a percorrer quando se olha para os médios e pequenos. A relação desse fazendeiro com a terra é tão natural e próxima que, por vezes, perde-se a dimensão de que aquilo é um negócio. O controle da lavoura acaba sendo feito de forma manual ou em planilhas simples, ignorando os ganhos que um sistema informatizado e integrado traz.
Em um setor de commodities, comercializadas a preços fixos, ganha prioridade a gestão eficiente dos custos de produção. É imperativo usar melhor os insumos e o capital humano para manter e aumentar a margem de lucro. A TI integra sistemas e permite a atualização, consulta e análise de informações sobre a produção de forma rápida, sistematizada e confiável. Na prática, a tecnologia evita o desperdício e acelera a execução de tarefas. Tudo isso baseado em planejamento, controle e monitoramento.