E se o facebook acabar?

Qual será a nova grande rede social? O assunto gera curiosidade. O Facebook está fazendo de tudo para “durar para sempre”‘. A linha do tempo é um exemplo desta tentativa. O objetivo da rede ao criá-la é estar conosco em todas as fases de nossas vidas e acompanhar os estágios pelos quais passamos. Toda a sua história estará lá, como a da Maria Eduarda – Facebook lover, filha de uma grande amiga que, em 2010 e aos 6 anos de idade, já tinha seu perfil ativo e interagia com dezenas de pessoas e que hoje, aos 9 anos, continua postando ativamente e agora, com um número cinco vezes maior de amigos. Maria Eduarda provavelmente crescerá compartilhando interesses e opiniões, provavelmente se casará, terá filhos e estes acontecimentos serão registrados na linha do tempo dela. Nunca um produto, serviço ou uma marca ficou tão próxima do consumidor. Nossa vida está na Timeline! Parece perfeito. Algo que inúmeras grandes marcas tentaram fazer, mas que poucas conseguiram – atravessar gerações, permanecendo vivas! Mas será mesmo assim? Este será o cenário? Bem, se o Facebook atravessará gerações, é difícil prever. Mas ele já é o grande feito da web – que só foi possível na segunda geração da internet, pela evolução dos softwares colaborativos que permitem a edição coletiva de documentos.

Para a continuidade do reinado, no caminho da evolução, mais uma melhoria foi providenciada: Mark Zuckerberg anunciou na semana passada que uma “busca social” (Graph Search) entrará em funcionamento em breve. E quando isso acontecer, as pessoas poderão buscar por amigos que gostam de praticar inglês; pelos que gostam de jogar vôlei ou por aqueles que gostam de viajar para Bora Bora. Claro, este foi mais um serviço (ou upgrade) do mercado criado a partir da necessidade do cliente. A equipe do Facebook provavelmente viu que os usuários já tentavam (e muito) fazer isto na rede – encontrar pessoas por afinidades, mas sem sucesso.

Sobre o tempo de vida do Facebook, acrescento que Redes Sociais de nichos como o Linkedin, Instagram e Pinterest estão crescendo em todo o mundo (além de outras tantas que existem por aí). O Pinterest – a surpresa do ano que passou, está entre as dez mais visitadas e foi a terceira em volume de tráfego nos EUA, em fevereiro de 2012, ultrapassando Linkedin e Google+, segundo dados da Experian Marketing Services. Com tráfego incomparável, elas estão ganhando força por atender bem a interesses específicos. Se você for da área de negócios e marketing, como eu, irá se lembrar que a grande concorrência de todo produto ou marca começa já na fase de crescimento do seu ciclo de vida. E na fase da maturidade, ela já perdeu muitos dos seus consumidores. Assim, pequenas redes estão cada vez mais ganhando adeptos, mas, ainda sem que a maioria destes abandone a principal.

Se o facebook durará par sempre ou não, é difícil prever, mas a principal questão deste post não é esta e, sim, a de que o grande legado do facebook é o de que não haverá involução de sociabilização. O mundo está aberto à interação e relacionamento. Fazemos amigos através de amigos do outro lado do mundo e não adianta mais os nativos da geração X ou os meus colegas psicólogos chamarem esta interação de puramente superficial. Acho que é consenso que, nunca, nada substituirá o “olho no “olho, um aperto de mão ou um café com abraço (e devemos ensinar isso aos adolescentes), mas é melhor considerar as relações na rede como MAIS UMA FORMA existente hoje; é o modo de vida contemporâneo e ao enxergá-lo de forma positiva, teremos a chance de utilizarmos melhor o que este nos oferece. Pela rede você pode ajudar pessoas, lutar por causas, trabalhar em conjunto, trocar conhecimentos, expressar sentimentos e viver experiências, mesmo que distante fisicamente. A rede social está se expandindo – deixando de ser o espaço de um grupo para ser um lugar de ENCONTRO com muitos, no sentido amplo da palavra –  o de ampliação do conhecimento e extensão social. Pode ser uma grande oportunidade de nos aproximarmos (fisicamente) das pessoas; pode ser o ponto de partida.

Autora do artigo: Klaudia Sabino

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